Entrelinha ( S. F ) : aquilo que está implícito entre duas linhas mudas.

Entrelinha não é um buraco de fechadura. É um risco de fora a fora, com letras garrafais. Uma pixação vermelha que berra no muro branco. Aqui, as palavras não rimam. A poesia dá lugar para as crônicas egocêntricas da minha percepção mundana.Entre e fique à vontade!

domingo, 29 de junho de 2008

De-Novo

Mais um Blog. Um blog novo de novo. Esse é o terceiro. Na verdade, esse é quarto. É que um foi excluído por motivos de força maior, então não conta. Fico com o número três mesmo, que dá mais sorte e mais pano pra manga. Sempre tem essa coisa de trindade, de três poderes, de três portas para escolher... Sei lá. E além do que, me parece meio cármico também. Enfim, vamos para o que interessa : o nascimento desse meu novo espaço.

Resolvi montar isso aqui por acaso hoje. Não um acaso bobo, desses desnecessários. Mas um acaso especial, como as epifanias do Caio Fernando Abreu. Essas coisas que acontecem do nada e mudam toda a nossa vida. Há algum tempo que quero escrever coisas diferentes do que ando escrevendo, mudar a linha, mudar a fonte, o ponto de vista, sabe? Me reescrever um pouco. Não que eu esteja em crise com a minha poesia, com a estética ou com o excesso dos sentimentos. Não é nada disso. Apenas queria criar algo novo e branco hoje. Um lugar onde as letras fossem claras e as emoções explícitas. Um lugar que o texto fosse corrido, e não rimado.

Comecei pela antítese: entrelinha. O que está implícito. O que é dito, mas não é escrito. E se não é escrito, alguém precisa escrever sobre isso, certo? Aqui estou eu. A minha idéia inicial é escrever crônicas, indicar livros, falar de peças, de processo criativo, de cinema, de Brasília, compartilhar cds, receitas de bolo e algumas dúvidas da vida. Mas sei que com o tempo, as minhas entrelinhas vão -aos poucos - decidindo por que caminho seguir. É assim com o entreaberta.

Fiquei um pouco encucada de qual seria a primeira postagem desse meu novo lado. Pensei em falar do show do Arnaldo Antunes no museu da republica que aconteceu essa quinta. De como foi maravilhoso escutar as suas poesias concretas misturadas com as imagens preto e branco projetadas na tela. De como me sentia sentada sozinha na escada cinza embalada pela sua voz grave. Depois pensei em postar sobre o ato de se apaixonar loucamente em um dia, de viver a vida como Vinicius, de ter vontade de abduzir pessoas intimamente desconhecidas. De ter a alma aberta para o amor instantâneo, a primeira vista, no meio da balada. E pra finalizar, tive a idéia de pegar uma crônica antiga, a única que eu escrevi e começar o trabalho com algo já feito. Antigo. Usado.

Então, desisti de todas as opções e resolvi deixar o primeiro post assim, sem nenhum assunto especifico, só sobre o nascimento do blog mesmo. Sobre a vontade de se escrever mais e mais. De se reinventar, de se abrir para o novo de novo. Bom, é isso. Deixo de presente uma musica suave pra começar.
boomp3.com